47 anos da catástrofe é lembrado hoje (24); uma data dramática provocada pela força das águas

Foi tudo muito rápido. A força da água arrastou tudo que havia pela frente: carros, pessoas, casas inteiras, animais. Enfim, um caos de terror que destruiu a Cidade Azul. Muitos que viveram a tragédia ainda guardam as cicratizes daqueles dias que pareciam infinitos. 


O nível do rio Tubarão elevou acima dos 10 metros e causou mortes em 13 municípios de Santa Catarina. O cenário era devastador. Corpos na rua, pessoas sepultadas em valas, casos e comércios. 


Sessenta pessoas ficaram desabrigadas. No entanto, até hoje, não se sabe exatamanete o número exato de mortes. O município que se apresentava em desenvolvimento parou completamente. 


Foi muito trabalho e dedicação para levantar a cidade que foi duramente castigada pela ação da natureza, e do homem também. 


O dia que águas:


A enchente ocorreu em 24 de março de 1974. No dia 22, uma sexta-feira, as chuvas da tarde foram mais intensas nos costões da Serra Geral, e aumentou sensivelmente o volume dos rios, alagando as áreas baixas. A vila Presidente Médici foi o primeiro bairro a ser atingido.


No dia 23, sábado, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros se mobilizaram para socorrer a população nos bairros mais alagados. A Rádio Tubá prestava serviço de informações, alertando a população. Muitos comunicadores andavam de canoa e megafone avisando os moradores para se retirarem de suas casas. 


As escolas dispensaram os alunos. À tarde a chuva caía forte e ininterrupta. Já havia muitos desabrigados. Várias pessoas estavam deixando suas casas, deslocando-se para lugares mais elevados, como por exemplo o morro da Catedral. 


Porém, muitos moradores permaneceram em suas casas, sem acreditar que a água fosse além do que estavam vendo. Uma multidão ficava constantemente às margens do rio, para monitoras o nível que subia muito rápido. 


Ponte pênsil foi tragada e águas invadiram - Por volta das 18 horas, a ponte pênsil foi tragada. A partir daquele momento as águas invadiram o centro comercial. O bairro Oficinas e a margem esquerda foram tomados pela água, em níveis variando de 20 centímetros a um metro.


No dia 24 de março, os bairros continuavam alagados, mas o nível do rio estava estabilizado. No fim da tarde, a chuva voltou com a mesma intensidade da noite anterior. 


A noite de domingo foi dramática para os moradores das áreas pouco inundadas na noite de sábado, que sentiram repentinamente a água invadindo suas casas e crescendo com forte correnteza. Muitos dormiam e acordaram com os pés na água. 


Moradores subiram para os forros das residências e, destes, para os telhados. Alguns, na tentativa de se salvar, morreram, e outros foram levados junto com suas casas. 


Às 9 horas, a energia elétrica foi interrompida, os telefones já estavam mudos. A cidade ficou sem comunicação, isolada. Ao clarear do dia de segunda-feira a chuva continuava intensa.


Um único helicóptero fazia o trabalho de salvamento. Sobrevoava as casas, cujos telhados apareciam, e nos quais se agitavam, desesperadamente, panos de todas as cores.


As residências no morro da Catedral recebiam toda a espécie de flagelados em desespero. Não havia alimentos para todos, por isso aconteceu um saque aos Supermercados Angeloni e o extinto Cobal.


No Colégio Gallotti, um grupo de professores se organizou e se dirigiu ao vizinho supermercado Carradore (que não existe mais) e requisitaram alimentos para os refugiados daquele estabelecimento de ensino.


No dia 27 de março, o sol despertou radiante. As águas do rio Tubarão começaram a baixar, deixando atrás de si uma camada de lama que variava com espessura de 30 centímetros a 1,20 metro. As ruas se apresentavam com enormes buracos, entulhadas de lama, madeiras e restos dos destroços das casas demolidas.


Mortes:


Entre as informações desencontradas, oficialmente são registradas 199 mortes.[2] Não existe uma lista oficial com a identificação dos mortos. No Arquivo Público e Histórico Amadio Vettoretti estão depositados os registros de 58 certidões de óbitos decorrentes da enchente.


Registros da enchente de 1974:




Placa na parede frontal da ótica Zumblick, rua Coronel Collaço, registrando o nível atingido pelas águas do Rio Tubarão.


Placa na parede da bomba d'água dos galpões que pertenciam à Souza Cruz, hoje Farol Shopping, rua Lauro Müller, próximo ao portão dos fundos do Shopping, mostrando o nível atingido naquele local.


E também no Museu Willy Zumblick na praça Sete de Setembro, que conta ainda com fotos e registros da enchente de 1974.


Fonte: Hora Hiper

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